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ENTREVISTA


Ângela M. Ferreira


Encontros da Imagem de Braga, 24ª Edição.


In Jesus’ Name (2012), Christian Lutz.


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ÂNGELA M. FERREIRA


De 18 de Setembro a 31 de Outubro celebra-se a 24ª edição dos Encontros da Imagem de Braga. Ângela Ferreira, directora artística dos Encontros, fala-nos do seu percurso pessoal e da temática desta edição, assim como da trajetória de consolidação dos Encontros, que desde 1987 vêm aproximando o público à fotografia contemporânea.


Por Liz Vahia

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LV: És a actual directora artística dos Encontros da Imagem de Braga. Queres falar um pouco do teu percurso e como começou a tua colaboração com os Encontros?

AF: O meu gosto e interesse pela fotografia começou bem cedo, de forma espontânea e intuitiva, transmitido pelo meu pai. A imagem e os seus territórios sempre me acompanharam, mesmo quando cursei Direito na cidade de Braga, altura em que tomei conhecimento do Festival e desde há uma década tenho acompanhando o seu fundador, Rui Prata, de quem recebi os ensinamentos e o contagiante amor ao festival. Neste estímulo pela fotografia, optei por uma carreira no domínio da Fotografia, tendo realizado, a convite da Embaixada Real dos Países Baixos, um mestrado em Fotografia Digital na Utrecht School of Arts, na Holanda. Nos últimos anos a minha obra tem sido inserida em várias exposições individuais e tenho publicado obras de Fotografia e Texto sobre a Índia portuguesa e sobre os retratos pintados dos índios Brasileiros. Mais recentemente tenho vindo a colaborar como docente conviAF: dada na Escola de Artes visuais do Rio de Janeiro no Brasil, embora tendo sempre os Encontros da Imagem em perspetiva.


LV: Os Encontros deste ano têm como tema “Fé e Esperança”. Pretendem reunir, com este tema, um olhar diferente sobre a contemporaneidade?

AF: Com a edição “Hope & Faith” que marca a XXV edição do Festival, pretendemos espelhar um tempo admiravelmente promissor para a existência humana, povoada por uma infinidade de imagens que naturalmente marcam a contemporaneidade. Construída sob um conjunto de representações que envolvem o aspeto simbólico, cultural e religioso das identidades contemporâneas, “Hope & Faith” lança pistas sobre algumas das problemáticas mais pertinentes ligadas à Fé num tempo hiper-conturbado, permitindo antever a dimensão estrutural de um mundo novo em construção. “Hope & Faith” formula um convite para acedermos ao universo da espécie humana para tomar o pulso às suas tendências selvagens e reconhecer os seus comportamentos. O modo plural de olhar a FÉ que os diversos autores reunidos nesta edição exploram, sendo em si mesmo um signo de riqueza e da diversidade que as diferentes culturas engendram, faz desta selecção um acontecimento de surpreendente atualidade. O tema proposto é particularmente rico de sugestões e desafios antropológicos e sociológicos. A necessidade de dar visibilidade ao invisível, circunscrita a uma ideia de tempo, da passagem do perecível para o perene, da incerteza para a certeza, faz com que a fotografia se revele como um momento singular do próprio sagrado. Nesta edição, o Festival recupera o conceito de galerias de arte pública, através da instalação de contentores marítimos [“Faith Containers”] em duas praças principais da cidade de Braga, procurando evidenciar a importância estética da imagem na sociedade enquanto elemento de memória individual e coletiva. Fiel ao conceito de estímulo de novos públicos para a prática da fotografia e aos novos contornos dos territórios da Fotografia, estão programadas noites de projecções (“Hope Night Projections”,) tendo em vista dar a conhecer a seleção dos autores finalistas da Open Call 2014 e ainda um mercado especializado em livros de autor (“Photo Book Market”) que pretende celebrar os livros de fotografia e incentivar as edições de autor.


LV: Dentro dessa temática, vamos poder ver a série “Milagres & Co.”, do fotógrafo catalão Joan Fontcuberta, que foi vencedor do prémio internacional de fotografia da Fundação Hasselblad em 2013. Fontcuberta é reconhecido por explorar a questão da veracidade transmitida pelo meio fotográfico, por uma aproximação conceptual às convenções fotográficas. Está também nos objectivos dos Encontros fazer o visitante reflectir sobre a fotografia como médium e não apenas mostrar imagens?

AF: Através de um vasto núcleo de exposições, o Festival corporiza um leque de narrativas que documentam crenças, rituais, estados de felicidade, violência e harmonia e procura observar as relações de equilíbrio/ desequilíbrio perante a inquietude sobre o futuro. A sucessão de imagens, arrepiantes, por vezes irónicas e com notas de humor, seguem os ritmos da crença humana garantindo a navegação pelos interstícios da fragilidade humana. As fotografias revelam-nos ora o Paraíso, ora o Inferno, através de vincadas visões pessoais de confronto ou crítica - por vezes plenas de humor como é o caso de Joan Fontcuberta (“Miracles & Co.”), exibida no Museu da Imagem, em Braga. A manipulação do real e a forma como a verdade é questionada tem garantido a Joan Fontcuberta um lugar particular no panorama da fotografia contemporânea. Na obra do autor catalão há também espaço para recriar milagres e ritos que fazem parte do imaginário religioso cristão. Essa é a sua proposta em Miracles & Co, exposição que vai poder ser vista em Braga a partir de 19 de setembro. Experiente em questões de ficção, Fontcuberta, finge ser aprendiz de sacerdote, juntamente com os outros noviços e revela um centro espiritual secreto que esconde uma escola onde se ensina a fazer milagres. Trata-se naturalmente de uma vigarice descarada, mas cujos nebulosos interesses vão além dos meramente económicos próprios de todas as fraudes, para se infiltrarem nas redes de domínio religioso e político.


LV: Os Encontros da Imagem existem desde 1987. Desde essa época até agora, o entendimento da fotografia como uma forma de arte contemporânea foi-se consolidando. Achas que os Encontros têm de algum modo reflectido esse trajecto na sua programação?

AF: Os Encontros da Imagem têm pautado a sua intervenção no espaço fotográfico através de abordagens que procuram ir ao encontro de tendências subjacentes às representações de cada momento. Desde o historicismo fotográfico que pontuou as primeiras edições, às expressões mais plasticizantes, às questões de género, atravessando a paisagem, a fotografia documental, temos dado corpo a diferentes territórios da fotografia. Ao longo dos anos os Encontros têm procurado refletir e acompanhar a evolução do meio, dando forma a essas tendência num discurso curatorial que cada edição se propõe. Por outro lado, o Festival Encontros da Imagem sempre promoveu um cruzamento com parceiros europeus, quer com artistas, quer com instituições. Assente nesse pressuposto a organização, granjeou um reconhecido mérito internacional. Artistas, diretores de museus, galerias, e diversas instituições têm participado ativamente em cada edição e beneficiado duma plataforma que tem gerado um enriquecido cruzamento de projetos.
Além disso, o projeto dos Encontros sempre procurou contribuir para promover a fotografia portuguesa contemporânea e estabelecer uma cooperação entre instituições parceiras. Pelo Festival passaram a maioria dos artistas portugueses e sempre se procurou realçar as tendências atuais da fotografia no nosso país. Naturalmente que sendo o universo da fotografia um território tão vasto, o festival tem optado por seguir um tema como matriz, embora dando sempre abertura a autores que a cada ano emergem ou consolidam o seu trabalho. Ao longo das edições passadas julgamos ter desenhado uma narrativa compreensível com ligações tangenciais sempre que possível, acompanhando a evolução do meio fotográfico e as reflexões sobre a forma de entendimento da fotografia. Acreditamos, que com este projeto, estamos não só a contribuir para o enriquecimento cultural do país, como a participar de forma consolidada na divulgação dos criadores nacionais e internacionais.


LV: A extensão dos Encontros ao Porto e a Lisboa inclui este ano mais alguns espaços expositivos. Há algum critério curatorial diferente no programa das extensões? Por exemplo, no Porto vamos poder ver uma série de performances.

AF: O Festival com origem e núcleo principal em Braga, apresenta um conjunto de atividades que promovem a fotografia contemporânea, através de um núcleo expositivo, que nesta edição se reforça pelo segundo ano consecutivo às cidades de Lisboa e Porto. O objetivo desta extensão é dar a conhecer a importância do festival que constitui um dos mais prestigiados acontecimentos do nosso país no âmbito das artes visuais, embora revelando os novos territórios da Fotografia, de acordo com os vários espaços e missões de cada lugar. Daí que no Espaço Mira, que oferece uma componente forte na área da performance, artes plásticas e instalação, o mote esteja centrado na relação da imagem com a performance. Por outro lado na capital, o Festival ocupa espaços como a Plataforma Revólver Galeria Boavista, A Pequena Galeria, a Galeria Belo-Galsterer e a Galeria das Salgadeiras, sendo que o foco é direccionado para a temática desta edição, com autores já consagrados a par de outros emergentes.


LV: Este é o quinto ano do prémio de fotografia Emergentes dst, organizado também pelos Encontros da Imagem, e que visa premiar o melhor portfólio de fotografia contemporânea de 2014. É uma oportunidade dos fotógrafos contactarem com profissionais especializados e reconhecidos no meio da fotografia. Como é que está a correr esta iniciativa em termos de recepção? Já é possível ver repercussões na promoção de alguns autores que participaram?

AF: O «Grande Prémio de Fotografia Emergentes dst» celebra nesta edição 5 anos, contando novamente com o prémio no valor pecuniário de 7500 euros. O prémio visa destacar o melhor trabalho em Fotografia Contemporânea e constitui uma plataforma preferencial para cada artista obter uma análise do seu trabalho e eventualmente ser incluído em projetos expositivos ou editoriais. Nesta edição que celebra o 5º aniversário, superaram-se todas as expectativas, tendo sido acolhidas cerca de 500 candidaturas, provenientes de vários países com destaque para o Brasil, Japão, Rússia, Reino Unido, Dinamarca, Finlândia, Grecia, França, Espanha, Bélgica, Itália, Polónia, etc, abrindo terreno para a consolidação do Prémio em Portugal e além-fronteiras. Um comité de pré-seleção especializado elegeu já os 80 autores finalistas que serão convidados a submeter os seus portfólios presencialmente perante especialistas e críticos de fotografia e artes visuais através de uma Leitura de Portfolios, que terá lugar no decorrer do Festival Encontros da Imagem. Durante dois dias mais de vinte diretores de museus, galeristas, editores, entre outros, analisam os projetos em sessões individuais, avaliando e aconselhando os participantes sobre a qualidade das obras e melhores estratégias de divulgação. Esta atividade constitui uma plataforma de excelência para os artistas, quer emergentes, quer com uma carreira já confirmada, divulgarem a sua obra, pelo que é com muita alegria que os Encontros têm assistido ao crescimento e reconhecimento de vários autores que passaram pelos Encontros da Imagem.


LV: Aparte do trabalho lectivo e de programação, a Ângela Ferreira é também uma criadora. Actualmente frequentas um doutoramento na Universidade Federal do Rio de Janeiro. O trabalho de investigação que estás a desenvolver relaciona-se com um contexto brasileiro? Quais os motivos para teres escolhido o Brasil?

AF: Estou na reta final do Doutoramento em Fotografia e Estudos Artísticos na Universidade Federal do Rio de Janeiro em cooperação com a Universidade do Minho. O projeto foi desenvolvido no Brasil e insere-se no âmbito da Comunicação e Antropologia Visual, buscando lançar uma discussão sobre o lugar da imagem e promover uma reflexão sobre as relações de afetividade que se estabelecem com o objeto-fotografia. A partir de oficinas desenvolvidas com nações indígenas procuro refletir sobre as diferentes formas de ver os “índios” do Brasil e sobre a apropriação e o uso de imagens em contextos indígenas. A dissertação apresenta uma mudança de postura nas construções visuais e tem com ponto de partida os auto-retratos dos indígenas e da sua manipulação. O meu interesse pelas questões indígenas começou há uma década, quando no âmbito da docência no Brasil, a par do interesse pelo exotismo visual das imagens pré-concebidas dos “índios”, surgiu a oportunidade de acompanhar as discussões de um grupo de pesquisa sobre as relações étnicas e história regional do Nordeste do Brasil. O projeto culminará numa publicação de fotografia, uma espécie de cartografia pelos lugares percorridos durante esse tempo de pesquisa. É por isso a hora de fechar de um ciclo.