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O ESTADO DA ARTE


‘Encontro de Escolas Cúmplices’, exposição 'comunidade'. 4 de Novembro de 2021, Plataforma Revólver. Fotografia: Mandy Barata.


‘Encontro de Escolas Cúmplices’, exposição 'comunidade'. 4 de Novembro de 2021, Plataforma Revólver. Fotografia: Mandy Barata.


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‘Encontro de Escolas Cúmplices’, exposição 'comunidade'. 4 de Novembro de 2021, Plataforma Revólver. Fotografia: Mandy Barata.


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[Comunicação oral para início de conversa no ciclo ‘Encontro de Escolas Cúmplices’, no âmbito do programa paralelo da exposição "Comunidade", com curadoria de Catarina Real, na Plataforma Revólver no dia 4 de Novembro de 2021]

 

 


No princípio era uma dança.

Em princípio foi movimento, ou a escolha dele, ou o acaso.

Não se percebia onde, ou quem, ou o quê...

Seria o grupo, a sala, a floresta que dançava?

Começando pelo meio, onde não havia bíblia, nem desculpa...

Existia a... IMPROVISAÇÃO...

E aí já habitava uma vontade de sentido...

Algo, ou alguém saiu do novelo onde muitos se dedicavam a continuar o que já acontecia.

Alguém percebeu haver, nas escolhas geradas, uma potência.

Entre as relações convocadas preferiu umas a outras, deu-lhes ATENÇÃO, começou a cuidá-las e... tomou a primeira de-cisão. Sim, era mesmo uma cisão.

Uma cesura? Não, uma dobra no tempo.

 

Criou-se um pedaço de espaço-tempo e outras relações, que se constituíram como uma com-posição, uma posição-com, ou uma com-posição-com (como diriam a Fernanda Eugénio e o João Fiadeiro).

Partiu-se o texto, ou o sentido já era outro, mas continuavam algumas premissas:

- Uns eram público, testemunhas e centro da acção, simultaneamente, ou quando a velocidade gerava a sensação de simultaneidade.

- Quando desacelerávamos, abrandávamos a matéria-corpo-sensível que somos no espaço-tempo de pensamento integrado.

Entretanto, pudemos tentar uma coisa de cada vez:

1º Activa: que qualidades comporta um estar mais “activo”?

2º Passiva: que informações nos são devolvidas pela sensação de estar “passiva”?

Agora, trocávamos um estado pelo outro: age menos, troca, age mais, troca, observa o agir, troca, age antes de o decidir, troca, abranda, troca, repara, troca, acelera, troca, acelera, acelera, acelera... Acelera até perder o pé!

Até perder a noção de ser espectador de uma acção, de ser o seu actor, ou actriz, de ser seu cúmplice, sua sabotadora...

Abranda... usa o bloqueio de não saber muito bem o que fazer, para pensar nisso mesmo.

O que é bloquear a caminho de algo que se deseja?

- Questionar o desejo? Desejar o quê? Proteges-te do que desejas?

- Dar tempo para outros modos, outros acontecimentos, outras pessoas interromperem a direcção adivinhada?

- Os cúmplices e álibis que venham justificar este dilatar do tempo.

- Uma possibilidade de despadronização do raciocínio inicial.

Do sentido daquele movimento.

 

Procrastinar era uma brincadeira que foi levada a sério.

Não estávamos a falar de patologia (como falam alguns psicólogos e psiquiatras).

Ou de pessoas que se sentem culpadas por adiar tarefas. Não!

Falávamos da ambição de ter tempo para nada, para poder sair das produções em loop.

Pescadinhas de rabo na boca de pesquisas curtas, criações pouco rodadas e partilhadas publicamente em dois, ou três dias de ESPECTÁCULO.

ESPECTÁCULO!

Falávamos de modos de produção artística. Mas poderíamos falar de modos de produção académica, modos de produção, modos de trabalho? Modos?

 

Produtividade oblige! Ou NÃO!

A fábrica de artes e de ofícios, a fábrica de pensamento sem registo, ou de conhecimento lançado em modo algo rítmico. Algo-ritmo... algoritmo.

A atenção distraída sabota a eficácia do que já programámos a mais, com pequenos desvios, olhando pela janela, respondendo a emails, e mais?

Actualizando as redes sociais? STOP!

Será que o arrastar da atenção num momento perdido, roubado ao tempo de trabalho obstinado...

Será que procrastinar e adiar também servem para prevenir, por exemplo, um esgotamento?

 

Voltamos a começar:

Em 2004, frequentei um curso de verão intensivo com os coreógrafos Mark Tompkins e David Zambrano, em Arbecey, França.

Na floresta, de olhos fechados, e na dissolução entre o que devenho, o que sou, ou talvez não, Mark disse duas coisas que eu guardei:

- “no fusion, no confusion”, “se não houver fusão, não haverá confusão”.

E na entrevista que lhe fiz, a propósito de improvisação (e de contact improvisation), diz ainda – “quanto mais uma pessoa se mantiver integrada e só, mais rico poderá ser o cruzamento entre pessoas. No contacto entre duas pessoas é difícil de desistir da projecção de si no parceiro. Se isso for possível, a dança é mais interessante”.

Propôs: “Relaxar a projecção, deixar de se julgar a si próprio e aos parceiros, para chegar a um lugar mais disponível onde nos permitimos fazer coisas que normalmente não permitiríamos” (SPC 2016, p.18)

 

Quando conheci a Lisa Nelson, em 2009, ela disse duas coisas que eu guardei [e que se desdobraram nas dissertações de mestrado (2011) e de doutoramento (2016)]:

-“A atenção é a dança”. (The attention is the dance) (SPC 2011, p.42)

-“Trabalhar com uma câmara (de filmar) mudou o meu sistema nervoso e o modo como me movia”. (Working with the camera changed my nervous system and the way I moved). (SPC 2011, p.41)

 

Comecei, então, a estar atenta a todo o tipo de observação retroalimentar que se transforma em modo de operar. Modo câmara, modo escrita à mão, à máquina, modo operativo “e”, de iteração, de AND_Lab (de Fernanda Eugénio, por exemplo).

Às vezes, no centro em movimento, viajamos com a Sofia Neuparth pelo território da embriologia. Dançamos, há tensegridade no pensamento partilhado.

A Liliana (Coutinho) alerta-me para um texto de Moshé Feldenkrais “A Primazia da audição...”, mas também para a aesthesis e para a estética de Kant...

Que estéticas? Que artes? Que ferramentas? Que modos e ofícios descobrimos para nos relacionarmos?

Quando guardo conversas destas, em “ficheiros” líquidos que podem ser fáscia, cérebro, ou coração, elas são como uma canção, cujo refrão ou ritornello constitui a poética da investigação.

 

Escola de Procrastinação foi um nome que surgiu quando eu e o Gonçalo Alegria procurávamos imagens para uma peça coreográfica (2009). “Não temos tempo para investigar, para deambular nesta procura” – pensávamos – “Não temos dinheiro para ter tempo de parar”. Fiz mais uma peça sem dinheiro. Depois parei, e voltei a parar... Escrevi uma dissertação... O Espinho de Kleist e a Possibilidade de Dançar-Pensar (2011).

Hei-de voltar um dia a esse texto, mas... gostava também de voltar a dançar... No entanto, fazê-lo para um público, dentro do programa de um teatro tornou-se pfff... Quem confia que possa ser só isso, apenas dançar? Quem se importa? Quem quer ver sequer? Que trabalheira traduzir dança em conteúdos, fazer concursos com discursos roubados às teses... hummm...

Dançar por Capricho foi o que propus fazer durante uns tempos, agora... hummm... Procrastino a dança. Escrevo.

E... discotecas a abrir e a covid-fechar são... “outra coisa”.

O universo da dança como investigação não o descobri só na discoteca, nem só nas aulas de dança. Foi através da “improvisação”, de “partir pedra” com um dançar-pensar de horas a fio – em estúdios, na cidade, ou na floresta de Arbecey – que vislumbrei um sentido-dança raramente arbitrário. A gravidade conhece bem as suas leis, por exemplo.

Uma parte importante da investigação tem que ver com adiar o momento de cristalizar um sentido, uma direcção, um significado, uma cena!

Este adiamento não tem propriamente um nome, por exemplo, no vocabulário de Mark Tompkins. Poderia ser um “sustain” dentro dos Tuning Scores de Lisa Nelson, mas não é necessariamente a mesma coisa.

Estás num lugar, com a tua escuta háptica afinada e desdobras uma miríade de virtuais, caminhos possíveis para continuar, ou mudar de plano. Voltas a parar, a abrandar, a reparar, a poder escolher o óbvio, ou a enveredar por um caminho desconhecido.

Saborear um lugar cheio de possibilidades, sem medo que te roubem a cena, sem medo que a potência maior desapareça no atraso, ou na precipitação.

Há sempre qualquer coisa que não vês e que te pode “apanhar”, fazer a dança por ti. Então, há que saber surfar. Sem medo.

O acontecimento periférico pode tomar todo o protagonismo, sem sabermos como foi lá parar. Quanto tempo se aguenta não saber se escolhes, ou se és escolhida por esta dança?

Chama-se Escola de Procrastinação, mas poderia chamar-se “Escola do ‘não vou por aí’”, convocando um raciocínio mais parecido com o de João Fiadeiro quando ele recorda qualquer coisa como (cito): “criava acontecimentos que impediam qualquer tentativa de os antecipar (...) [o resultado] não era o acaso. Era mais ‘Não vou por ali’”. (Coelho, 2021). E “não ir por ali” colocava-o num lugar. Que era o que restava, uma espécie de resto. Nesse resto circunscrevia, ao longo dos anos, a questão.

Dizer “não vou por aí”, sem dizer por onde se vai, já convoca a ideia de improvisação como estratégia que não é sobre “arbitrariedade”, mas sim sobre não ter as escolhas todas feitas à partida. Como um “cântico negro” (José Régio 1926).

O João gosta de citar o escrivão Bartleby de Herman Melville (1853). A mim, pessoalmente, o Bartleby deixa-me paralisada. É bom pensar em parar a engrenagem, sim, mas... apanhar um fio de sentido, uma onda de movimento a meio, também faz parte de pensar. (Engrenagem?!! Qual engrenagem?)

Pensar com os padrões, com os ritmos, saboreá-los para propor pequenos deslocamentos. Encontrar tendências inesperadas.

Será que o jogo experimental de repetição atenta dos padrões pode ser uma chave para a emergência de outras abordagens?

A Escola de Procrastinação pode ter um propósito muito simples: olhar para o tempo, para a atenção e para a ideia de produtividade.

Jogar com o tempo e com a produtividade? Com a expectativa, com a eficácia?

Acontece que precisamos, talvez, de “não saber” e, para isso, deixar a expectativa (projecção) em suspenso – “sustain”! (de novo uma das calls de Lisa Nelson).

 

Se a música se habitua a mexer no tempo com o som, o coreográfico coloca pessoas de corpo inteiro no espaço-tempo. Eventualmente, aguçando as nossas capacidades perceptivas e podendo jogar com a atenção em propostas e derivas poéticas. Mais ou menos expostas, mais ou menos de corpo manifesto. Coragem!

Se quisermos olhar para o tempo e para o espaço, o coreográfico é fundamental.

Se não, que especialista convidaríamos para ler e escrever no espaço-tempo de não saber, em tempo-real?

Grande parte dos bailarinos treinou mil vezes o gesto lento para poder concretizá-lo a velocidades inesperadas numa improvisação. Tal como qualquer um de nós cresceu aprendendo a deslocar-se, repetindo a queda para a possibilidade de nos deslocarmos sem cair. O gesto e a velocidade são compostos, são escolhas (nem sempre) sem tempo para serem preparadas com tempo. Jogos de pensar o coreográfico para o tempo de fazer ver alguma coisa partilhável.

 

Foi por pressentir tal, que escolhi a ideia de “procrastinação” para falar de “improvisação” com improvisadores habituados a improvisar em público.

Assim apareceram as “Maratonas de Procrastinação”.

Durante o primeiro confinamento Covid, os eventos públicos foram cancelados e a maratona transformou-se num conjunto de oito entrevistas a improvisadores na área da dança, filmadas e transmitidas online – chamou-se “Maratona de Procrastinação (noutros termos)” (SPC, TBA, 2020).

No pós-confinamento, em 2021, a “Maratona de Procrastinação” envolveu 6 convidados com diferentes abordagens e pensamentos sobre eventos públicos de improvisação; e 6 cúmplices que participaram de modo atento e filigranar. A proposta acolheu 689 visitantes no Jardim Botânico de Lisboa que podem ter interagido, ou não, com o convite (nunca o saberemos). (SPC, TBA 2021).

 

Entre grupos de leitura e conversas em estúdio e cafés, questões políticas foram sendo levantadas. A ética e a estética são discutidas entre improvisadores – talvez não entre todos, mas alguma coisa serve para a delineação de critérios, nem tudo é possível.

A discussão ganhou balanço com a pandemia. Um mundo de protelações revelou-se com uma inevitabilidade de uma expressão inimaginável.

Dentro de portas, algumas e alguns de nós sozinhas em casa, frente a um grupo de estudo por videoconferência, lemos.

Aqui, umas leram uns, outros leram outras, enquanto muitas voltaram ao trabalho presencial e desapareceram do grupo de estudo online. O grupo acabou, o assunto continua...

Entretanto, como se faz tudo isto? Quais são os jogos possíveis para maratonas de procrastinação neste contexto pandémico e pós-confinado?

Habituada que estava a observar a emergência de uma acção comum a partir da atenção e do silêncio do grupo em presença – no início de cada jogo de Composição em Tempo-Real, de Tuning Scores, de Modo Operativo AND, ou mesmo, no trabalho de estudo no c.e.m. – deixei passar um pormenor importante quando propus a Maratona de Procrastinação pública no jardim.

Por mais habituados que os performers estejam a improvisar em público, o evento público traz um estado de “excepção” que é “espectacular”.

Uma espécie de concentração de expectativas com adrenalina, brio profissional e egos identitários associados. Tudo normal.

Talvez fosse necessário bastante tempo para que o trabalho de investigação em grupo emergisse de facto, para que fosse possível a todos se ouvirem uns aos outros, em lugar de ceder a lideranças, ou de coreografar um processo. Somos um pouco escravos das imagens que criamos. Assim, tornou-se mais maratona do que procrastinação, com investigação em tempo real e com público. A-ce-le-ra-ção leennn-ta!

Muito trabalho, de repente, quando a ideia pretendia ser apenas encontrar uma tarefa juntas, fazê-la durar, conversar, eventualmente improvisar danças, ou cenas.

Uma maratona discursiva. Iniciar estes temas e fazer durar, durar, durar...

Agora...

Sobre antídoto e prevenção dos esgotamentos, falamos intuitivamente e extrapolando, claro. Não sabemos nada, de facto, da deriva do animal humano. Mas é possível observar a distracção, como aquele cansaço que nos avisa para sairmos do lugar, da cadeira, ou da tarefa que nos monopoliza a atenção. E, por vezes, a distracção pode ser tão importante quanto tudo o resto.

Podemos também observar o delay de uma situação, enquanto criação de um campo de forças para a emergência de algo, a que damos importância, e que não queremos concretizar directamente. Seja porque não sabemos bem como, seja porque... temos medo de deitar tudo a perder, por exemplo, por não estar ainda à altura do jogo... Ou de matar essa relação importante apenas pela sua concretização. Pôr um fim a algo que poderia durar (adiar o fim).

Será que a apreciação consciente desses momentos de “procrastinação” pode levar a encará-los como “escolha” (má, ou boa, mas escolha)? Em lugar de ser apanhada pela procrastinação, contemplá-la como aquilo que pode ser feito, por exemplo, ali, naquele momento e regressar à “escolha”? Como uma parte do caminho, ganhar coragem, responsabilizar-nos pelo acto de procrastinar? mesmo que tenha aparecido como acaso indesejado?

Estar presente. Elasticizar a potência de um acontecimento assumindo uma situação que não escolhemos, de facto, mas que passamos a escolher no momento em que nos damos conta dela? Mudar a expectativa, ou não ter expectativa, em lugar de a frustrar?

Talvez o mais comum seja procrastinar uma situação a que damos importância – possivelmente por ter contornos mais vagos, ou abstratos, desconhecidos, assustadores –, colocando em primeiro lugar tarefas que podemos concretizar imediatamente e que também podem ser relevantes, mas que não carregam o peso da anterior.

A lista de afazeres traz à cabeça coisas fáceis e coisas difíceis de cumprir. Adiamos umas em prol de outras, rapidamente, fazendo piruetas de prioridades, chutando para canto aquilo que exija “coragem”, “visibilidade” e “responsabilização”. Começando pelos doces e pelo prazer imediato, gratificação ilusória dos likes online, talvez para ganhar créditos de “coragem”. Consumo imediato versus consumo lento, difícil, indefinido, ou a longo termo, mas, tudo isto... efectivamente... sem moralizar...

Finalmente, a fealdade da palavra “procrastinação” – áspera, difícil de ler, seja pela forma, ou pelo que significa – foi apreciada e escolhida naquilo que poderia desvelar do óbvio, dado ser “pouco atraente”, ou mesmo, de qualidade pejorativa. Espera-se que a reciclagem do termo seja difícil de popularizar de modo desmiolado.

“Escola de procrastinação” está camuflada no paradoxo. Ninguém precisa de escola para procrastinar, mas podemos aprender qualquer coisa com a ideia de observar a nossa própria tendência para adiar, para suspender, “sem moralizar”, afectivamente “sem moralizar”. (GNR “Efectivamente”, Psicopátria 1986).

Espera-se que, ao produzir os paradoxos: “Escola de Procrastinação” e “Maratona de Procrastinação”, seja possível prevenir a cristalização dos termos e dos temas da investigação e de quem quer que se interesse por ela.
Não é um assunto para “resolver” é uma máquina de ruminar, uma máquina de pensamento não-linear. Imperfeita geringonça que se pode esgotar sem remorsos e passar directamente à dança.

“sem moralizar”...

 

 

 

Sílvia Pinto Coelho
Investigadora integrada no ICNOVA - Instituto de Comunicação da Nova. Professora Auxiliar convidada da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa.

 

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Escola de Procrastinação é um projecto de Sílvia Pinto Coelho, realizado com apoios do ICNOVA, DGARTES e TBA. Com a participação de Lília Mestre, Jeroen Peeters, Mark Tompkins, Vera Mantero, Mariana Tengner Barros, João Bento, Catarina Real, Isadora Dantas, Andrea Brandão, Nirvan Narvin, Thaís de Melo, Rodrigo Fonseca, entre muitos.

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