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'CATÁLOGO RAISONNÉ' DE AURÉLIA DE SOUSA ASSINALA CENTENÁRIO DA MORTE DA ARTISTA

2022-02-02




O Museu Nacional Soares dos Reis, Instituto de História da Arte da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova e a Universidade Católica apresentam este ano o 'catálogo Raisonné' de Aurélia de Sousa, assinalando o centenário da morte da artista.

O 'catálogo Raisonné' - por definição, um catálogo com listagem descritiva e anotada, imagens e documentos de contextualização da obra da pintora -, vai integrar toda a obra de Maria Aurélia Martins de Sousa, e ser publicado em formato 'ebook' e em edição impressa.

"O levantamento conta já com mais de 300 obras" e tem o apoio mecenático da Fundação Millennium BCP. Na expectativa de reunir ainda mais peças da artista, o Museu Nacional Soares dos Reis (MNSR) está a apelar "a todos os colecionadores com obras por identificar o contacto pelo 'email' geral-mnsr@mnsr.dgpc.pt".

O projeto, iniciado em 2020, está a ser conduzido pela historiadora de arte Raquel Henriques da Silva, que dirigiu o Museu Nacional de Arte Contemporânea - Museu do Chiado e o antigo Instituto Português dos Museus. O projeto conta igualmente com a parceria das Câmaras Municipais de Matosinhos e do Porto.

Nascida em 13 de junho de 1866, na cidade de Valparaíso (Chile), fixou-se no Porto, aos três anos de idade, quando os pais, emigrantes portugueses na América Latina, regressaram ao país, como recorda o comunicado do MNSR. Maria Aurélia Martins de Sousa, autora de uma das obras de referência da arte portuguesa na viragem do século XIX para o seguinte - "Autorretrato" (1900), da coleção do Soares dos Reis, como é destacado pela instituição -, iniciou a sua aprendizagem artística com lições particulares de desenho e pintura de Caetano Moreira da Costa Lima, e apenas aos 27 anos entrou na Academia Portuense de Belas-Artes (1893/1898), onde se matriculou.

Em 1899, a artista partiu para Paris para, durante três anos, completar os cursos ministrados por Jean-Paul Laurens e Benjamin Constant, na Academia Julien.

A produção artística de Aurélia de Sousa (ou Aurélia de Souza) assenta em particular no retrato, na paisagem e em cenas intimistas do quotidiano doméstico. Fez também ilustrações para a revista Portugália, entre outras publicações. "Os motivos para as suas pinturas, além do seu próprio rosto, procurava-os no universo familiar, fonte inesgotável de inspiração: as pessoas, os recantos da casa, os aspetos do jardim, os trechos de paisagem com o rio ao fundo", escrevem os serviços do MNSR.

"Conservadora nos motivos, genial e inovadora no traço e na composição, Aurélia de Sousa deu continuidade ao naturalismo que imperava na pintura portuguesa do seu tempo, acrescentando-lhe apontamentos impressionistas, realistas e até mesmo neo-realistas", lê-se nessa obra.


FONTE: Noticias ao Minuto