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GOVERNO DOS EUA PEDE PROPOSTAS PARA A BIENAL DE VENEZA FOCADAS NOS “VALORES AMERICANOS”2025-05-08 O governo dos Estados Unidos abriu o portal para a apresentação de propostas para o pavilhão da Bienal de Veneza na semana passada, apresentando novas diretrizes de Trump enfatizando os "valores americanos" e o "excecionalismo americano", bem como restrições à "promoção da diversidade, equidade e inclusão". Com pouco mais de um ano até à Bienal de 2026 e as seleções previstas para serem anunciadas a 1 de setembro, o processo deixa os candidatos com um prazo surpreendentemente curto para se inscreverem na exposição internacional. As novas orientações e o calendário do Bureau de Assuntos Educativos e Culturais (ECA) do Departamento de Estado dos EUA para a oportunidade de financiamento de 375.000 dólares, inicialmente reportados pela Vanity Fair, estão muito distantes dos do ciclo de subsídios anterior. A proposta artística para a Bienal de 2024, que apresentava as obras do artista Cherokee-Choctaw Jeffrey Gibson, foi selecionada em julho de 2023 — restando aproximadamente 11 meses para preparação e facilitação, em vez dos oito meses alocados a este ciclo. Para além do horário reduzido, espera-se agora que os artistas e os curadores colaboradores descrevam como as suas ideias de programa “funcionarão para promover os interesses dos Estados Unidos na administração, conceção e implementação do programa”. Os critérios de revisão da proposta avaliarão a “capacidade do artista para mostrar o excecionalismo e a inovação americanos”. Uma secção de limitações e restrições de financiamento proíbe que quaisquer fundos sejam utilizados para programação relacionada com a Diversidade, Equidade e Inclusão (DEI), de acordo com a ordem executiva do Presidente Trump que determina o fim das iniciativas DEI a nível federal. Para contextualizar, a oportunidade de subsídio do pavilhão 2023 da ECA enfatizou fortemente a diversidade e a inclusão nas suas orientações para a submissão de propostas, destacando os dois como pontos principais da política externa dos EUA — juntamente com "a democracia, os direitos humanos, o ambiente, a saúde e a segurança alimentar, a autodeterminação, a resiliência e o enfrentamento de desafios globais partilhados". Estranhamente, um ponto adicional à secção de limitações e restrições descreve especificamente que “nenhum dos fundos concedidos resultantes desta… oportunidade pode ser disponibilizado para subvenções, apoio financeiro direto ou utilizado de outra forma para fornecer qualquer pagamento ou transferência à Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA)”. A UNRWA, que leva ajuda e desenvolvimento aos refugiados palestinianos desde 1949, tem estado no centro de controvérsias no meio de alegações de ocultar e abrigar membros do Hamas e de outras organizações terroristas designadas nas suas fileiras, tendo alguns membros da equipa sido acusados ??de participar nos ataques de 7 de outubro. Israel proibiu a agência a 30 de janeiro, e dois projetos de lei dos EUA foram apresentados numa tentativa de designar a UNRWA como uma organização terrorista estrangeira, embora não tenha havido outras moções. A Hyperallergic contactou a ECA para obter informações adicionais sobre o calendário reduzido, o que constitui valores americanos e esclarecimentos sobre a inclusão da UNRWA na secção de limitações e restrições de financiamento. O National Endowment for the Arts (NEA), responsável pela convocação do painel de revisores de propostas, também foi contactado para comentar. Juntamente com o National Endowment for the Humanities e o Institute of Museum and Library Services, a NEA é uma das várias agências governamentais que o Presidente Trump ameaçou eliminar do seu orçamento federal. Fonte: Hyperallergic |