COLECTIVAANAGRAMAS IMPROVÁVEIS. OBRAS DA COLEÇÃO DE SERRALVES. & C.A.S.A. COLEÇÃO ÁLVARO SIZA, ARQUIVO![]() ALA ÁLVARO SIZA R. Dom João de Castro 210 4150-417 24 FEV - 24 FEV 2024 ![]() ![]() INAUGURAÇÕES: 24 de Fevereiro no Museu - Ala Álvaro Siza, Porto Curadoria: Marta Almeida, Isabel Braga, Inês Grosso, Ricardo Nicolau e Sónia Oliveira e Philippe Vergne ::: ANAGRAMAS IMPROVÁVEIS. OBRAS DA COLEÇÃO DE SERRALVES Anagramas Improváveis é a primeira exposição da Coleção de Serralves apresentada na recém-inaugurada extensão do Museu, a Ala Álvaro Siza, dedicada a acolher no futuro todas as mostras da coleção, ou dedicadas à arquitetura e aos vários arquivos depositados na Fundação de Serralves. Embora concebido pelo arquiteto que desenhou o Museu de Serralves inaugurado há 25 anos, este novo edifício propõe uma experiência de circulação muito diferente: a Ala Álvaro Siza veio permitir aos curadores desta mostra pensarem numa exposição que desafia quaisquer percursos ou ideias pré-definidas sobre a Coleção de Serralves, apostando em relações inéditas e intrigantes entre obras de artistas de diferentes gerações e nacionalidades; digamos que à fluidez, simultaneidade e potencial vaivém que são marcas do edifício, a equipa curatorial da presente exposição, tirando partido dessas características físicas, quis contrapor fluidez, simultaneidade e vaivéns conceptuais. A partir da figura do anagrama, pensou-se uma exposição que contivesse em si mesma uma grande pluralidade de possibilidades de escrita e de leitura. Ao mesmo tempo, o seu título remete para uma das características principais da arte contemporânea portuguesa – a relação com a linguagem – e para um grupo de artistas (nomeadamente Ana Hatherly e E.M. de Melo e Castro) que tiveram, através da Poesia Experimental, um papel fundamental na eclosão e desenvolvimento da contemporaneidade artística portuguesa. Anagramas Improváveis contempla a ancoragem da Coleção de Serralves nestes movimentos artístico-literários dos anos 1960–70 – bem como na mítica exposição portuguesa Alternativa Zero (1977) e na exposição-manifesto que inaugurou o Museu de Serralves, Circa 1968 (1999) – mas olha para o passado com os olhos do presente, nomeadamente através de diálogos entre obras produzidas em tempos e geografias muito distantes. Assim, além de uma encomenda (a artista portuguesa Luisa Cunha produziu uma peça sonora especificamente para o novo edifício), apresenta-se uma série de obras adquiridas recentemente de artistas relativamente jovens (Martine Syms, Juliana Huxtable, Korakrit Arunanondchai, Zanele Muholi, Julie Mehretu, Arthur Jafa, João Pedro Vale & Nuno Alexandre Ferreira, João Maria Gusmão & Pedro Paiva, Alexandre Estrela, Trisha Donnelly, entre outros), algumas adaptadas ao espaço com a cumplicidade dos seus autores, lado a lado com obras de artistas pertencentes a gerações mais antigas, ou considerados históricos (exemplos de Joan Jonas, Lourdes Castro, Lothar Baumgarten, Cabrita, Julião Sarmento, Paula Rego, Lygia Pape, Ana Jotta e Marisa Merz, entre muitos outros). O objetivo? Duplo e só aparentemente contraditório: por um lado, avançar novas perspetivas sobre peças consideradas históricas, à luz de temáticas e preocupações patentes nas obras mais recentes; por outro, perceber como o convívio entre obras produzidas em períodos muito distintos pode sobrepor a uma certa “espuma dos dias” preocupações comuns mais estruturais. Se os anagramas dão frequentemente origem a jogos em que se tenta formar o maior número de palavras usando as letras disponíveis, Anagramas Improváveis é uma exposição que quer estimular o maior número de sinapses usando as obras expostas. C.A.S.A. COLEÇÃO ÁLVARO SIZA, ARQUIVO A CASA, enquanto arquétipo, está na génese de toda a arquitetura. Do abrigo primordial até aos domicílios contemporâneos, a humanidade tem preenchido o seu mundo de casas — unidade essencial dos tecidos urbanos e rurais, da vida familiar e coletiva. No entanto, o habitar transcende hoje a aparente simplicidade do lar para abranger ambientes de trabalho, espaços ecuménicos, edifícios de ensino e entretenimento, entre tantos outros. Não é surpreendente, portanto, que este caráter antropocêntrico e multifacetado do viver em comunidade esteja tão profundamente radicado na obra de Álvaro Siza. Como a maioria dos arquitetos, Siza iniciou a sua carreira com projetos caseiros e de pequena escala. Os primeiros encargos privados e públicos foram um conjunto de Quatro Casas, projeto assim denominado, relativamente próximo da casa dos seus pais, e uma Casa de Chá, do outro lado do rio Leça, enfrentando o Atlântico. Esta exposição centra-se assim no Arquivo Álvaro Siza da Fundação de Serralves, particularmente nas experiências seminais das primeiras casas, bem como nos projetos de habitação social do pós-Revolução que arrebataram a Europa, e na criação de uma espécie de Casa para a Cidade, na inacabada Avenida da Ponte, ou de uma Casa para a Nação, no então vazio Pavilhão de Portugal. Mais tarde, Siza proporia Casas para a própria Arquitetura, uma não construída na sua terra natal, Matosinhos, outra recentemente concluída no Parque de Serralves. A exposição não poderia, pois, deixar de se intitular CASA, palavra única, mas de sentido duplo, um acrónimo de “Coleção Álvaro Siza, Arquivo”. A mostra incluirá um amplo espectro de projetos para lá dos muros de Serralves, outras Casas de Cultura, Casas de Conhecimento, Casas de Fé, Casas de Lazer, Casas de Comércio, Casas de Família, Casas do Povo, Casas de Trabalho. O escritório de Siza é, por vezes, mais a sua casa do que o apartamento onde habita e por isso os noves segmentos da exposição — um para cada década da sua vida — serão complementados pela arte que o arquiteto produz à parte, por puro prazer, e que generosamente doou à Coleção de Serralves. ![]() |
