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TRIENAL DO BÁLTICO COM CURADORIA DE JOÃO LAIA E VALENTINAS KLIMASAUSKAS ABRE AO PÚBLICO

2021-06-07




A 14.ª exposição internacional de arte Trienal do Báltico, comissariada pelo português João Laia e o lituano Valentinas Klimasauskas, abriu no sábado ao público, em Vilnius.

Sob o tema "The Endless Frontier" a Trienal do Báltico (BT14) reúne cerca de 70 artistas e aborda a história do centro-leste europeu, as suas tensões e "fronteiras porosas". "A BT14 analisa a constituição compósita do território do Centro e Leste Europeu, destacando conexões transnacionais. A inclusão de artistas de regiões como os Balcãs, o Cáucaso ou a Finlândia, sublinha as fronteiras porosas da Europa Central e de Leste, bem como a sua pertença a uma complexa rede global de sistemas", lê-se no texto de apresentação da mostra.

A curadoria teve em conta a região, como palco regular de "mudanças abruptas", e recorda que "a Europa Central e Oriental é uma encruzilhada importante para questões relacionadas com ideologia, ecologia e economia", um território cuja "atração gravitacional" abre caminho "a diversas tensões, que, mais tarde, também surgem em outros lugares, como, por exemplo, dinâmicas de desinformação, desastres industriais e ecológicos, posições nacionalistas ou a opressão de identidades não-normativas".

Criada em 1979 como evento dedicado à arte contemporânea, a Trienal do Báltico tem vindo a consolidar-se como exposição periódica de obras de jovens artistas da região do Báltico, constituindo "a mais importante exposição internacional no norte da Europa e um dos mais relevantes eventos de arte contemporânea do mundo", como assume na sua apresentação. A BT14 também se tem destacado por expressar atitudes não conformistas em matérias políticas e sociais, nas suas exposições.

Em julho do ano passado, quando foi anunciado o nome de ambos os curadores, a direção do Centro de Arte Contemporânea de Vilnius, que promove a trienal, lançou igualmente os desafios para esta edição: "Tendo em mente algumas das tendências autocráticas, nacionalistas, homofóbicas e neoliberais da região, pode começar a pensar-se em como os ventos políticos em mudança podem afetar as cenas artísticas locais e, do mesmo modo, como a produção artística pode participar na urgente mudança".

"Ao longo das décadas, a Trienal estabeleceu-se como uma plataforma poderosa para explorar a arte como uma ferramenta social e poética para abordar o mundo", disse João Laia, quando assumiu o projeto, declarando-se "honrado por fazer parte da sua história".

A BT14 reúne artistas de países como Alemanha, Bielorrússia, Bósnia Herzegovina, Croácia, Eslováquia, Estónia, Finlândia, Geórgia, Hungria, Kosovo, Letónia, Lituânia, Macedónia do Norte, Polónia, República Checa, Rússia, Roménia, Sérvia, Ucrânia.

João Laia e Valentinas Klimasauskas já tinham trabalhado juntos na exposição "Máscaras", que esteve patente no ano passado na Galeria Municipal do Porto. Laia é curador-chefe de exposições no Kiasma - Museu Nacional de Arte Contemporânea, de Helsínquia, desde junho de 2019.


Fonte: culturaaominuto