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MUSEU DO DESIGN E DA MODA (MUDE) REABRE

2024-07-22




O Museu do Design e da Moda (MUDE) reabre portas na quinta-feira para oferecer aos visitantes um percurso por 300 anos de transformações de um edifício histórico da baixa pombalina que acolhe um acervo de quase 17 mil peças.

Bárbara Coutinho quer que o MUDE - cujo primeiro fim de semana de abertura terá entrada gratuita - se torne "um espaço de vida, de criatividade, um local de encontro e de reflexão" em Lisboa, e constitua "um convite à mudança e à transformação, individual e coletiva".

As obras do edifício ficaram interrompidas, de 2018 a maio de 2021, devido à insolvência da empresa construtora, impondo a revisão de todo o projeto e a abertura de um novo concurso publico internacional, em maio de 2021.

Dedicado a todas as expressões do design, que se espelham no seu acervo, o MUDE possui atualmente quase 17.000 peças, e, destas, 1.362 estão integradas na "Coleção Francisco Capelo", comprada ao colecionador pelo município de Lisboa em 2002.

"Edifício em Exposição" dá título à mostra de abertura - prevista para as 19:30 de quinta-feira - desenvolvida em quase seis mil metros quadrados, focada no edifício "considerado desde a primeira hora como uma primeira manifestação de uma política museológica, e sempre amadurecido, desde 2009, como parte integrante de um trabalho de reflexão e debate sobre o design na sua história e dimensão critica", sublinhou.

A proposta expositiva consiste num percurso por 16 instalações em que cada visitante pode ir descobrindo objetos anteriores ao terramoto de 1755, projetos de arquitetos portugueses como Tertualiano Marques (1883-1942) e Luís Cristino da Silva (1896-1976), até ao projeto mais recente, de 2011.

"De uma forma indireta, é parte da história passada e recente de Portugal que se inscreve neste lugar central da Baixa pombalina", disse a diretora. Bárbara Coutinho - que espera ver o MUDE a funcionar em pleno até ao final do ano - deverá inaugurar no final de setembro a nova exposição de longa duração, com base no acervo, "que aumentou muito significativamente e se diversificou", nestes últimos anos.

A coleção do antigo Teatro da Cornucópia, que cessou atividade em 2016, é uma das doações que vieram ampliar o acervo do museu durante este período, através dos seus diretores, o cofundador Luis Miguel Cintra e a cenógrafa, figurinista e 'designer' Cristina Reis.

"O MUDE é, de facto, cada vez mais, um museu de todas as expressões do design, com núcleos de design de produto, design de moda, design gráfico, design de interiores, design de cena e de joalharia contemporânea", salientou a curadora e professora.

Na remodelação, o projeto optou por "recuperar, restaurar e reusar a maior parte das estruturas e revestimentos existentes no local para permitir a redução de desperdícios de obra e limitar a produção de novos materiais de construção, tendo uma intencionalidade de sustentabilidade e economia de meios", sublinhou Bárbara Coutinho.


Fonte: Lusa